A ENCANTADORA CORTESÃ: MEI GONGQING – CAPÍTULO 17

Capítulo 17: Ainda linda

Trazido pelo vento de tempos em tempos, os sons das risadas vinda do agrupamento de nobres fez Chen Rong se coçar de vontade de ir. Se a sua mente não estivesse ocupada, ela já teria se juntado a eles há muito tempo. Não era qualquer dia que ela teria uma oportunidade daquelas. Se atuasse bem, isso poderia trazer uma vantagem para si mesma no futuro.
Após algumas deliberações, ela retornou para a carruagem a fim de trocar de roupa e foi em direção da multidão.
Os nobres escolherem uma clareia dentre as árvores. Tapetes de damasco eram estendidos no chão.
As pessoas formaram círculos, sentadas atrás de mesas que estavam cobertas de carne, vinho e doces. Rodeando eles haviam tochas ardentes. Chen Rong chegou ao redor e percebeu que num canto ao sul eram usadas velas em vez de tochas.
Eles não estariam queimando dinheiro quando iluminavam um local selvagem com velas?!
Chen Rong desviou seu olhar e andou para o leste. Ocupando aquele canto estavam os membros das casas dos Wang e dos Yu.
Naquele momento, ela estava usando um robe solto e um par de tamancos de madeira. Seu cabelo estava puxado para cima e preso em um arranjo simples. Existia um charme despreocupado no modo tão casual de como estava trajada.
Atraídos pelo toc-toc dos seus tamancos, a barulhenta multidão a olhava de tempos em tempos, vários rapazes inevitavelmente abobalhados.
As feições de Chen Rong já eram excelentes para começo de conversa, seus encantos eram completamente diferentes dos das outras moças. Seu estilo de se vestir naquele momento adicionou a sua beleza uma languidez encantadora.
Chen Rong não demostrava notar os olhares que recebia dos jovens homens. Ela continua a seguir em frente com cada batida do seu tamanco, mostrando um leve sorriso sob a luz das chamas ardentes das tochas.
Não muito depois, ela chegou aquele canto no qual as famílias Wang e Yu estavam sentadas. Ela mal chegou quando ela ouviu o choramingo da sétima filha: “Pai, pai, por que nós não podemos usar velas também? Olhe para a cara de felicidade da família Shi. Eu me irrito só de olhar para eles!”
Dezenas de outros jovens a seguiram em seu lamento,
Naquele momento, a voz indiferente de Wang Hong aumentou para reprimir: “A família Shi é a família Shi. A família Wang é a família Wang. Está bom o suficiente em fazermos as coisas da nossa maneira. Por que devemos imitar os outros?”
Os jovens se silenciaram ao mesmo tempo. A sétima filha da casa dos Wang abaixou a cabeça em embaraço, seus olhos evitando os de Wang Hong. Dando uma vasculhada ao seu redor, ela percebeu Chen Rong e não se conteve em chamar: “Ah Rong, você finalmente chegou. Hei, o que você está vestindo? Você não está com receio de ofender alguém com uma aparência tão andrógena?”
Os demais olharam para Chen Rong ao ouvir tais palavras, vários se iluminaram ao vislumbrá-la – e Wang Hong não foi uma exceção.
Sob os olhares afiados, Chen Rong deu um sorrisinho tímido, fez uma reverência com a cabeça e disse um “olá”, então lentamente caminhou para um canto no qual algumas mesas estavam dispostas para se sentar.
Sob a luz das chamas, seu pequeno rosto corado se assemelhava com uma rosa desabrochando.
Seus passos eram despretensiosos, mesmo que ela parecesse acanhada. Por baixo do seu robe solto, sua cintura fina atrativamente balançava com cada um dos seus movimentos.
Sua beleza e fascinação não decaíram por sua vestimenta andrógena, mas sim ganharam um toque de espontaneidade e tranquilidade como a da água fluindo em seu curso.
Sem perceber, Wang Hong estava absorto pela visão dela.
Um erudito disse calmamente após tomar um gole de vinho: “Que beldade, definitivamente ela é uma se é capaz de fazer até mesmo o incrível Wang Hong se distrair com sua aparição.”
Todos naquele grupo se viraram para ver Wang Hong após ter seu nome mencionado.
Wang Hong tossiu, levantou seu copo para esconder seu rosto e deu um sorriso embaraçado: “Seus olhos são tão afiados que minha honra é frágil demais para aguentar as ferroadas!”
Todos caíram na gargalhada.
Yun Zhi interrompeu sua risadinha enquanto acenava para Chen Rong e a chamou: “Senhorita Chen, venha e sente-se conosco!”
E então ele apontou para Wang Hong: “Bem aqui.”
Os olhares de todos instantaneamente se juntaram na figura de Chen Rong.
E nesses incluíam tantos os olharem lascivos dos rapazes quando os invejosos das garotas.
Chen Rong não se moveu. Ela abaixou o seu olhar e disse receosa: “A presença de QiLang é tão sublime que uma mera mortal como eu não se atreveria a chegar perto dele.”
A leve rizada de Wang Hong se fez presente: “Eu não fui capaz de vê-la novamente desde que tocou aquela música para mim. Agora sei que é porque você ‘não se atreve a se aproximar’ de mim.”
Na frente de tantas pessoas, a voz dele apresentava uma suavidade rica, como o fluxo de um córrego em uma montanha. Era como se ele a reprimisse com afeição. O quão incrivelmente enganosas eram aquelas palavras que adentravam no coração daquelas pessoas.
Antes que ela pudesse se dar conta, todas as garotas a olhavam com inveja e antagonismo.
Chen Rong deu uma boa gargalhada internamente, pensando consigo mesma: Sendo um homem, se você nutre algum sentimento por mim, então por que você não se aproximou de mim antes? Ao contrário, você quer que uma mulher se aproxime de você. Oh, as palavras doces de Wang Hong são realmente charmosas. Ele deve ser mais um desses mulherengos.
Os olhares das damas de todos os quatro cantos eram muito ameaçadores. Sob o olhar de Wang Hong, Chen Rong simplesmente sorriu e não deu uma resposta.
Quando ela não se pronunciou, a atenção de Wang Hong logo se encontrou nos tópicos que os eruditos conversavam.
Naquele momento, a voz de Wang WuLang veio de trás delas: “Ah Rong da casa dos Chen.”
“Hum?” Chen Rong olhou para cima.
Wang WuLang a olhava com um olhar impetuoso, um que se diferia em intensidade dos que emitia previamente. Parecia que o interesse de Wang Hong por Chen Rong despertou aquele jovem rapaz.
Sob o seu olhar inquisidor, ele fez uma breve pausa e então se pôs a rir e falou:  “A propósito, por que você disse que gostaria de separar de nós naquele dia? Não seria mais cômodo ficar conosco? Ou você sente que nós não fomos bons anfitriões para você?”
Ele parecia querer iniciar uma conversa, mas no momento em que abriu a boca para, o tom que saiu era um tanto quanto intimidador.
Chen Rong sacudiu a cabeça, falando: “Por que diz isso, WuLang? Eu só... eu só me senti receosa, isso é tudo.” Nesse momento, ela se sentiu especialmente pressionada. Vendo que Wang WuLang parecia querer recomeçar a falar, Chen Rong rapidamente o perguntou: “Os guardas retornaram? Como está a situação do outro lado do rio?”
“Como eles poderiam voltar em um período tão curto?” Disse Wang WuLang, indiferente, sacudindo a cabeça. “Em todo caso, todos nós atravessaremos o rio amanhã, independente de eles terem retornado ou não.” Após uma pausa, acrescentou: “Foi isso o que os eruditos acabaram de concordar agora mesmo. Ah Rong, você se preocupa demais.”
Então seria assim?

O coração de Chen Rong bateu rápido enquanto ela pensava: Não importa, aquele homem jamais sairia da linha com os nobres. É só que, é só que... eu realmente não quero ver ele de novo...




Nota da tradutora: O que acharam do novo blog? Ou da história até agora?
E tem um certo personagem não-novo chegando, pelo que parece!

  • é só uma observação que talvez esqueci de fazer antes. O vinho que é mencionado pode ou não ser o de uva que conhecemos, já que esse era um artigo de luxo na época, que só a nobreza poderia ter. Em geral, se está falando de baijiu, a cachaça deles. Mas costuma ser mencionado em livros traduzidos como wine, e o vinho mesmo, como grape wine.
  • O visual de Chen Rong é dito como andrógena já que esse seria uma visual masculino na época, exatamente como o dela foi descrito
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