A ENCANTADORA CORTESÃ: MEI GONGQING – CAPÍTULO 18

Capítulo 18: A armadilha do outro lado

Por terem de atravessar o Rio Amarelo no dia seguinte para seguirem o seu caminho para Lua’yang, todos cochilaram por meia hora e então retornaram para seus respectivos acampamentos.
Eles partiram logo no comecinho da manhã seguinte, alcançando seu destino depois de apenas quinze quilômetros. O barulho da água corrente chegou aos seus ouvidos no mesmo momento que uma fileira de barcos atracados emergiu ao redor das margens do rio.
Lá estavam barcos grandes, pequenos, velhos e novos. A nobreza resmungou com a visão desses barcos – suas reclamações eram nada mais nada menos sobre o porquê de existirem tantos barcos pequenos e navegantes maltrapilhos, aquela imundice e grosseria não beneficiariam seus status.
“Esses são os únicos barcos que nós temos.“ Vociferou um dos eruditos mais bem quistos. ”Aqueles que estão ao lado até mesmo precisarão construir balsas temporárias para atravessar as águas.”
Então outro rapaz gritou “Não diga mais nada. Felizmente, partimos cedo. Se chegássemos só um pouco mais tarde, nem teríamos um barco para nos sentar.”
A lamúrias gradualmente pararam depois desses dois lembretes.
Naquele momento, os guardas começaram a organizar o grupo para embarcarem. Nos maiores barcos estariam as carruagens, enquanto os menorzinhos serviriam para carregar os guardas e os servos.
Todavia, não haviam tantos barcos grandes. Depois de terem seus lugares distribuídos, vários membros da nobreza foram obrigados a embarcarem nos menores.
Por Chen Rong ser a única mestra da casa dos Chen, e por causa dos seus grandes méritos ao longo da jornada, eles coram capazes de embarcar suas carruagens em um dos grandes barcos.
A balburdia durou cerca de meio dia, até a metade da tarde, no momento em que os barcos finalmente começaram a se locomover.
Nas ondas oscilantes, Chen Rong via aqueles que estavam nos barcos menores orarem por uma boa viagem.
A boa sorte parecia sorrir para todos, para que eles tivessem uma travessia pacífica. Isso tinha sentido, considerando que as Planícies Centrais estavam enfrentando um período de seca. Caso contrário, poderia encontrar perigos casos eles se vissem no meio de uma tempestade no meio do rio.
A longa linha de barcos seguia seu caminho para o outro lado.
Apesar da sensação de demora, a viagem foi curta. “Nós podemos ver as árvores! Nós podemos ver as árvores!” Essas comemorações chegaram a Chen Rong enquanto ela estava sentada em sua carruagem, toda relaxada.
Depois de se passar mais meia hora, uma voz surpresa subitamente ressoou: “Hei, o que são aqueles pontos negros do outro lado? Eles são pessoas? Ou talvez o nosso clã enviou alguém para nos receber?”
Todos olharam de uma vez; suas conversas preencheram o local. Apesar das comemorações, o rosto de Chen Rong se mostrava indiferente.
Quando a gritaria do lado de fora gradualmente diminuiu, Wang WuLang a chamou com um tom de urgência: “Ah Rong da casa dos Chen, Ah Rong da casa dos Chen, venha e dê uma olhada. Essas pessoas não seriam todas soldados Hu?”
Era evidente o pânico na sua voz.
Chen Rong levantou sua cortina.
A moça mal colocou sua cabeça para fora quando todos naquele enorme barco se viraram para olhar para ela. Havia esperança misturada com consternação e pânico nos seus olhares. Ao fitar os olhares esperançosos de todos, Chen Rong deu um sorrisinho disfarçado e pensou com ela mesma:  Vocês não podem estar pensando que uma mera mulher como eu serei capaz de criar uma maneira de escapar?
Wang WuLang deu alguns passou para frente e estava ansioso, perguntando de novo: “Ah Rong, o que você acha?”
Chen Rong fez um aceno com a cabeça e falou baixinho: “Eles de fato são soldados.” Ela não mencionou nada sobre eles serem bárbaros.
Com as palavras dela, Wang WuLang cambaleou para trás, quase caindo no chão.
Pelo menos ele parecia mais digno do que o jovem que estavam por perto, que começou a tremer de medo.
Um grito veio do barco ao lado, o lamento de um garoto magrelo: “Como eles poderiam ser soldados? O que nós vamos fazer? O que vamos fazer?”
O choro do menino atraiu a empatia do grupo. Logo, grunhidos e choros apareceram de todos os lados.
Medo é contagiante. Instantaneamente, choros e gritos, sons de pessoas se ajoelhando e fazendo orações, e até mesmo o som de pessoas se jogando na água chegaram descuidadamente nos seus ouvidos.
Devido ao pânico, os barcos começaram a perder o controle.
Nesse momento, a voz honrável de Wang Hong gritou: “Não entrem em pânico. Condutores, peguem a direção dos seus barcos!”
Sua forte súplica trouxe todos de volta, e a multidão aos poucos se aquietou.
“Virem, vamos virar de direção!” Alguém gritou.
“Nós não podemos nunca voltar!” Wang Hong se opôs de maneira firme.
Vários olharam para ele, surpresos. Nesse meio tempo, o grupo de Chen Rong olhou para ver aqueles que estavam atrás deles –  até agora, os barcos estavam indo em toda velocidade para frente, sem prestar atenção em nada. Devido a isso, estavam todos enfileirados e quase encostados. Se um condutor não tiver cuidado, os barcos iriam ir um para cima do outro, e nem se falaria em uma possibilidade de retorno.
É relevante dizer que esses nobres viveram no norte por tantos anos que eles tinham medo só de ver um rio, e simplesmente ninguém sabia nadar. Um movimento imprudente faria com que todos os barcos colidissem e fizessem com que as pessoas caíssem na água.
Enquanto todos estavam preocupados em descobrir uma maneira de voltar, uma dúzia de barcos emergiram contra a corrente do outro lado. Essa frota tinha sido evidentemente renovado e andava em alta velocidade. Antes que eles pudessem se dar conta, esses barcos os alcançaram.
A multidão entrou em frenesi, aqueles grandes barcos se alinharam e os obrigaram a irem até em direção da margem.
Eles estavam obrigando eles a saírem dos barcos!
Quando tiveram essa realização, a cor da pele das pessoas foi drenada até virarem brancas como de papel. Nesse pânico, Wang Hong brandeou: “Acalmem-se todos! Desde que eles não sejam bárbaros, não há nada a temermos.”
A multidão finalmente reagiu com aquelas palavras. Sim. Os barcos atrás deles e as pessoas à beira do rio na frente deles eram todos Hans. Considerando que se tratavam de Hans, mesmo que suas bandeiras não mostravam que eles pertenciam a casa real de Jin, eles não agiriam de maneira agressiva.
Enquanto eles recuperavam a razão, os barcos avançavam para a beira do rio.
Perto de Chen Rong, vários jovens trêmulos se juntaram, seus dentes batendo de medo.
Uma vez que os barcos chegaram, eruditos respeitáveis como Wang Hong endireitaram suas costas e conversaram alegremente à medida que andavam para a terra firme.
Com uma liderança, o grupo já não mais hesitava. Ambos homens e carruagem desembarcavam para a beira do rio.
Uma dezena de eruditos organizava a multidão para alinharem as carruagens. Depois, Wang Hong avançou para frente. Ele ergueu sua mão aberta para os soldados sem expressão e imóveis, anunciando: “Eu sou Wang Qi de Lang’ya. Eu e a nobreza que atravessou o estado gostaríamos do oferecer nosso rendimento.”
Então, ele apontou para as carruagens atrás dele: “Por favor, peguem os bens que veem atrás de nós. Só peço que permitam que nos deixe retornar a Luo’yang com nossas vestimentas intactas.”
Sua voz resoluta soou até os céus.
Nesse momento, uma longa rizada explodiu.
Apesar daquela gargalhada, também ouviam o barulho de trote chegando em suas direção, fazendo com que aqueles soldados estoicos abrissem o caminho.
Um homem jovem de roxo estava galopando a toda velocidade no fim da passagem. Misturado com sua rizada estava o som da sua capa sob o vento.
A multidão parou de respirar com sua chegada.
A sociedade daquela época tinha preferência pela beleza masculina frágil e andrógena. Mesmo que o homem posto a frente deles não tivesse a pele pálida, tinha feições firmes, um par de olhos profundos e um nariz definitivamente reto.
Se fossem falar de suas feições, então não poderiam encontrar nenhuma falha em seu rosto – era do tipo que parecia ser esculpida no paraíso. Mais importante: sua capa roxa farfalhante e sua presença impostora emanava uma beleza diferente daquela dos frágeis homens dedicados às palavras. Uma beleza desinibida, voraz, mas também que cegava.
Depois da cavalaria galopar até os nobres, o jovem homem desmontou de seu cavalo e andou até eles com passos majestosos.
Agora que ele estava no nível do chão, os eruditos descobriram que ele era um homem alto, com ombros protuberantes e cintura torneada. Ele nem estava perto, mas já os intimidava com uma postura impositiva.
Ele parou de frente a Wang Hong e companhia e virou sua cabeça para analisar a multidão. Seus olhos profundos pareciam conter uma chama ardente, ao mesmo tempo que beiravam a uma escuridão sem fim. Onde quer que seus olhos iam, eles fariam com que os jovens nobres prendessem a respiração e recuassem.
Seus olhos finalmente retornaram para Wang Hong, acompanhando de um sorriso brilhante. Ele bateu as mãos juntas e disse alto e claro para a multidão: “Eu, Ran Min, estou feliz de ouvir que vocês vieram de longe. Eu ordenei para que meus homens especialmente esperarem por vocês.”

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Nota da tradutora: Acho que hoje não tem nenhuma...
Mas para fans de séries Chinesas e que gostaram de Agentes da Princesa, talvez não saibam que ele foi baseado em um livro que tem a história um pouquinho diferente da dessa série. E a tradução para o inglês estava parada, mas agora foi colocada na lista de futuras traduções da Qidian. Para que EU continue a ler esse livro (já que provavelmente está lendo essa tradução porque não entende muito bem o inglês), ajudem a votar nele: https://www.webnovel.com/book/10176031205004305
E sim esse é um livro que adoraria traduzir, mas acho que será quase que impossível conseguir uma autorização... O melhor livro de artes marciais que já (venho) lendo

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