A ENCANTADORA CORTESÃ: MEI GONGQING – CAPÍTULO 1


Essa é uma versão refeita do primeiro capítulo do livro. Resumindo a história: mesmo sabendo que é mais trabalhoso e o resultado é pior, tinha traduzido esse capítulo usando um tradutor mecânico e com correções humanas. Como achei que estava tão ruim que estava espantando os leitores, retraduzi.

Só como relíquia, acesse aqui a primeira versão!

CAPÍTULO 1: PARA QUÊ?

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Era outra noite de lua cheia.
Por trás da tela de seda daquele aposento, a cera de vela pingava lentamente, iluminando um par de sombras que aos poucos se juntavam em uma só.
Chen Rong estava de pé sob a árvore banyan, visivelmente atordoada, enquanto ela assistia imóvel aquele casal que agarrava um ao outro, sem perceber que seus lábios pressionam tanto até formarem uma linha.
Sob a luz da lanterna ardente, o barulho de um uma risada interrupta chegou até ela. Era aprazível e luminosa, como se indicasse que a dor era algo inexistente no mundo, como se fosse a radiância das próprias flores primaverais.
Uma voz suave subitamente emergiu por trás dela: “Então, é você? Vossa Senhoria não abandonou você? Por que continua aqui? Oh, é claro! Depois de implorar e chorar, ele concordou em deixar você ficar aqui por mais alguns dias.”
Tais palavras maldosas foram acompanhadas de uma bufada de perfume. Uma figura graciosa estava agora parada ao lado de Chen Rong. Ela seguiu o olhar de Chen Rong, e assim ela percebeu o par de sombras unidas dentro daquele aposento, e seus lábios também se comprimiram em uma linha.
Apesar disso, mesmo que seus olhos estejam repletos de ciúmes, ela se deleitava com a imagem de Chen Rong plantada como se estivesse em transe.. Sua risadinha ou ouvida novamente: “Queridinha, essa não é a sua prima? Você fez tudo o pôde para se livrar dela, para que Vossa Senhoria a tomasse como uma esposa. Você não deve ter nem imaginado que aquilo que não é seu, nunca irá pertencer a você, e que um dia a sua prima voltaria para pegar o que é dela.”
A graciosa mulher estralou a linha e sorriu. “Maquinando todos os tipos de intrigas só para no fim ser descartada. Ah Rong da casa dos Chen, se eu fosse você, eu tacaria fogo em mim mesma para terminar com tudo isso!”
Ela soltava insultos um após o outro, agressivos e maliciosos. Mas não importava o quão petulante e sarcástica que ela poderia ser, aquela rival a sua frente não falava uma palavra sequer. Naquele momento, Chen Rong, que era constantemente traiçoeira, parecia ser uma pessoa completamente diferente.  Ela só continuava a encarar as sombras entrelaçadas por trás da tela de seda, sem mover um músculo e sem expressão.
Sem receber qualquer tipo de resposta, aquela mulher graciosa deu uma rizada. “Oh, é mesmo! Eu ouvi dizer que depois que Vossa Senhoria se casou com você, ele não a tocou nem mesmo uma vez. Tsk, tsk, tsk, quão lamentável para lendária beldade e talentosíssima Ah Rong da casa dos Chen. Vossa Senhorita nunca nem olhou para você!”
Suas palavras eram como espadas que arrancavam o sangue do coração de Chen Rong.
Com um pequeno ruído, Chen Rong que estada parada e aturdida subitamente se virou.
Nos seus olhos sem vida havia uma tristeza aterrorizante. No momento em que ela percebeu o olhar dela, a graciosa mulher não pode se conter em recuar para trás.
Chen Rong deu um passo em direção dela.
Pasma,  ela recuava enquanto imediatamente demandou: “Você… o que você pretende fazer?”
Chen Rong encarou aquela mulher em pânico com um sorriso falso. Sem perceber, ela forçou a outra a se pressionar contra a árvore banyan.
Quando algo brilhoso voou com toda a velocidade, o grito daquela mulher foi ouvido. ‘Thund’, uma adaga foi arremessada além dos seus cabelos e aterrissou em cheio ao tronco, mais de cinco centímetros de profundidade.
A graciosa mulher deu um grito arrepiante.
“Calada!” Chen Rong resmungou um alerta cheio de intenções assassinas. A mulher estava tremendo, mas realmente calou a boca.
Chen Rong a encarou. Sob o luar, seus olhos eram tão escuros e profundos como de um lobo.
“Originalmente,” ela começou secamente, “eu iria matar você. Mas depois de pensar um pouco, você é tão boa no fingimento que você sempre encontrou alguma maneira de chamar a atenção dele. Se manter você viva, eu ainda conseguirei dar um pouco das minhas dores de cabeça para aquela minha prima.”
Com isso, Chen Rong arrancou a adaga com um movimento rápido do pulso. Assim que ela escondeu a adaga na sua manga, o som de vários passos rápidos apareceu. Vários guardas gritaram: “Quem está aí? Nós temos assassinos?”
“Nada.” Disseram as duas mulheres ao mesmo tempo.
O guarda percebeu as duas mulheres entreolhando-se e voltou. A senhora Chen e a senhora Lu nunca se deram bem; era sempre garantido que teria uma confusão em qualquer momento em que se encontrassem juntas, e por isso eles acabaram se acostumando com isso.
Quando os guardas foram embora, Chen Rong ajeitou suas mangas e virou-se para sair.
A senhora Lu olhou para aquela figura se distanciando e por algum motivo sentiu um arrepio na espinha. Ela tremeu e pensou consigo mesmo que era na verdade um tanto quanto triste alguém tão orgulhosa como Chen Rong amar um homem tão duro quando o senhor delas.
Com isso em mente, a senhora Lu deu um acena e imediatamente foi em direção do seu próprio pavilhão.
No mesmo momento em que ela colocou o pé no seu jardim ela subitamente ouviu uma explosão alta vinda da ala leste. Ela virou e encontrou uma fumaça subindo, vinda do leste, além de uma luz incandescente de fogo.
“Tragam água, tragam água!”
Começaram os gritos e a correria. O coração da senhora Lu bateu forte. Sem vestir sua manta, ela correu para a ala leste – aquela na qual estava o pavilhão de Chen Rong. Obstinada como só aquela mulher conseguia ser, ela deve ter realmente ouvido o seu conselho de colocar fogo sem si mesma!
Enquanto a senhora Lu corria, ele acabou por vendo que o seu senhor e esposa recém-casada dele também iam em direção a ala leste vindos da ala principal.
Todos os três se destinaram para a ala leste.
No momento em que entraram no pavilhão, uma explosão de uma risada louca foi ouvida. Na sua rouquidão era demostrada toda sua dor e ódio, e até mesmo arrependimento.
A senhora Lu avançou com alguns passos incertos. Quando olhou para frente, desapareceu toda a cor da sua face.
Sob a luz farfalhante do fogo, a metade ao leste da construção já havia colapsado, deixando apenas uma parede distante no canto oeste. Ela também já estava prestes a desabar. Uma fumaça expeça ocupava todo o pavilhão. No meio das chamas, uma mulher vestida em seda e com longos cabelos soltos olhava para o nada e gargalhava. Aquela não era a Chen Rong?
Ela… ela parecia determinada!
O rosto da senhora Lu empalideceu ainda mais. Ela deu um passo para trás. Naquela hora uma dó imensurável e tristeza tomaram conta dela.
Do nada, ela ouviu o comando de seu senhor: “Salvem ela. Salvem ela.”
Depois dessas poucas palavra carregadas de urgência, ela ouviu-o perguntar: “O que causou o incêndio?”
“A senhora, não… a mulher dos Chen nos dispensou e então atirou fogo nela mesma.”
Choque emergiu do rosto do senhor deles. Ele rapidamente se virou para procurar por Chen Rong no meio das chamas. Abaixo do céu noturno, sua voz gélida ressoou: “Chen Rong, pelo que você fez isso?”
Iluminada pelo brilho das chamas avermelhadas, naquela face impiedosamente máscula havia um receio mal disfarçado.
Chen Rong não respondeu nada dentro daquele mar de fogo. Ela só fitava o seu marido sem sequer piscar enquanto ria loucamente. Ela vislumbrou o céu e, de braços abertos, gargalhou até a voz ficar fanha, soando como se ela declamasse um poema épico, ao mesmo tempo parecendo com que estivesse choramingando. A chama a envolvia mais e mais, sua risada cheia de dor se tornava cada vez mais alta até se entregar a loucura.
Com aquela visão, o seu marido abanou a mão, friamente ordenando: “Se ela quer morrer, então deixa que morra.” Então ele ajeitou as suas mangas e retornou sem mostrar qualquer traço de preocupação, deixando para trás aquela mulher para ser gradualmente devorada pelo fogo.
A senhora Lu assistia a indiferença de seu senhor chocada. Naquele momento, um calafrio tomou conta dela por inteiro. Ela rapidamente voltou-se para Chen Rong para ver que ela estava gargalhando cada vez mais forte. Ainda que sorrisse, a senhora Lu pôde ver duas marcas de lágrimas percorrendo o rosto de Chen Rong, pingando na lavareda até desaparecerem. O que ela via com ainda mais clareza era uma lamentável Chen Rong, que estivera rindo loucamente, lentamente engasgando um risinho de alto piedade e dor. Ela ouviu ela dizer alta e claramente: “Para quê? Para quê? Para quê?”
A gargalhada se tornava cada vez mais fraca, até que gradualmente diminuiu para nada.

“Ahh …”
Um grito rasgou o céu noturno. Chen Rong sentou-se e colocou a mão em seu peito, ofegante.
Depois de um tempo, ela saiu da a cama e seguiu a luz da lâmpada até o espelho de bronze na mesa.
No espelho de bronze se encontrava uma jovem, delicada e bonita. A essa altura, tinha suor frio escorrendo pela sua face, horror e loucura permaneciam em seus olhos arregalados.
Levantando lentamente a manga, ela limpou o suor do rosto.
Passos apressados ​​chegaram do quarto ao lado, quando uma voz gentil e preocupada veio até ela da porta: “Ah Rong, você teve um pesadelo?”
Chen Rong virou as costas, respirou fundo e respondeu: “Estou bem agora”.
Atrás da porta, a cabeça de uma mulher espiou. Ela olhou para a figura de Chen Rong e sussurrou como um consolo: “Nós temos pessoas do nosso clã no sul. Ah Rong, não se preocupe demais.
“Eu sei. Você pode se retirar.”
Ouvindo seus passos se afastarem lentamente, Chen Rong de novo arregaçou a manga para esfregar o suor. Ela se virou e caminhou até a penteadeira, sentada em frente ao espelho de bronze.
A linda jovem do espelho abriu os olhos negros, olhos vazios a olharam de volta.
A boca de Ah Rong abriu lentamente, revelando pequenos dentes brancos. Ela sussurrou: “Tudo já passou e nunca mais vai acontecer, certo?”
A pessoa do espelho respondeu com um sorriso brilhante.
Observando esse sorriso, Chen Rong parecia estar muito satisfeita. Ela se levantou, pegou um pente de chifre de touro e penteou lentamente seu cabelo emaranhado.
No espelho, ela tinha apenas dezessete  ou dezoito anos de idade. Ela ainda não estava completamente desenvolvida, sua inocência juvenil mal escondia um rosto exuberante.
Ela voltou ao passado.
Toda a loucura, todo o amor obsessivo, toda a obstinação, todo o ressentimento e dor, tudo simplesmente se transformou em memória depois de acordar!
Ela podia lembrar-se de todas as experiências pela qual tinha passado, e ainda assim seu corpo ainda estava na tenra idade de dezessete anos.
Ela ainda era ela mesma; nada mudou. A única coisa que mudou foi o tempo. Os céus estavam brincando com ela, deixando-a voltar a um momento em que nada ainda havia ocorrido.
Este ano, devido à guerra iminente, ela e todos na cidade de Ping estarão fugindo para o sul. Ela retornaria ao seu clã e então encontraria o pesadelo de sua vida.
Mas não será para ser um pesadelo desta vez. Chen Rong sorriu para o reflexo no espelho, sua mão acariciando seu rosto, sussurrando: “Você foi muito estúpida antes. Como os céus a deixaram começar de novo, você deve controlar as peças neste novo jogo de xadrez. O que você acha, Chen Rong?”
A pessoa no espelho voltou a responder com um sorriso brilhante.

Nota da tradutora.
Olá. Estou começando essa tradução e espero que gostem. Sempre que necessário, colocarei uma nota no final do capítulo para que entendam ou ilustre melhor a história. Caso seja algo que precise de entendimento imediato, colocarei notas ao longo do texto.
E peço que caso tenha/esteja gostando desse livro, divulgue! Fale dele no seu blog, no seu facebook, no Twitter, no grupo da família no Whats… Não é sobre fazerer resenhas, mas só falar que A encantadora cortesã existe! Como essa é uma webnovel chinesa de romance, há poucos lugares que tem interesse de divulgar! Ninguém sabe o que é, como é, se vai ter propaganda socialista ou não… Pelo meu conhecimento, essa uma das primeiras webnovels chinesas de romance que é traduzida para o português!
Buscarei adaptar o máximo de termos em mandarim possíveis, mas caso seja necessário, também colocarei a tradução nessa nota ao final da história. Ainda bem que o tradutor em inglês também tem essa visão e adaptou o máximo possível.
E não tenho um editor no momento. Caso deseje fazer uma parceira comigo SEM FINS LUCRATIVOS, me envie um e-mail.
As notas de hoje
  • A tela de seda na parede seria como a dessa porta, que forrariam porta e paredes como essa (como a maioria das imagens de casas restauradas não tem e aquelas que foram réplicas usam o vidro, não achei uma imagem desse tipo de tela). E esse já é um problema de traduzir uma fonte já traduzida começando pela primeira frase! Fiquei em dúvida se era um biombo ou se era uma parede forrada de seda. Um biombo de seda é isso.
  • banyan é um tipo de árvore enorme, aqui está uma foto.
  • “Vossa senhoria” é o pronome de tratamento que preferi usar para não dar spoilers e criar expectativas sobre o título dele, já que é traduzindo para o português como algo que, na língua portuguesa, pode remeter a outra coisa. Entendam que na China Antiga eles tinham títulos pra caramba. O tradutor em inglês também não usou o título apropriado. Quando o título do marido aparecer, a partir daí mudarei o pronome de tratamento!
  • sobre ajeitar as mangas, a nobreza usava mangas enormes naquela época, e precisavam ajeitar a todo momento. Também serviam como bolso.
  • e sim, esse capítulo foi mal traduzido mesmo! Pela burrice mesmo, achando que iria poupar tempo (mesmo que por experiência eu saiba que isso sempre dá errado), usei a tática da tradução mecânica com correções humanos, mas isso não só afetou a qualidade o texto, mas deu trabalho pra caramba! Todos os outros capítulos foram traduzidos linha por linha por mim, e vocês verão que a qualidade é superior a desse (e demorei bem menos tempo!)
Não entendeu algo relacionado com a época, não entendeu quem é a Chen Rong e quem é a Ah Rong? Veja esse guia que preparei, e se tiver alguma pergunta a respeito de algo relacionado a cultura, faça nele. Esse guia estará sempre em expansão, a medida da contribuição de vocês!

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